JOVENS REPÓRTERES PARA O AMBIENTE

Os JOVENS REPÓRTERES PARA O AMBIENTE, da EPMJMAF, vão debater questões ligadas aos resíduos, biodiversidade e agricultura biológica. Queremos investigar, questionar e recolher todo o tipo de informação capaz de promover a sustentabilidade ambiental. É nosso objectivo: impulsionar o crescimento económico e o desenvolvimento sustentável do concelho da Povoação.



Este projecto é coordenado em Portugal pela Associação Bandeira Azul:
www.abae.pt















domingo, 20 de fevereiro de 2011

ALTERNATIVA: RECICLAR





A problemática da produção de resíduos está inteiramente relacionada com o aumento da população mundial. Quanto mais população, maior é o consumo de recursos e maior será a produção de resíduos. Esta situação é um dos maiores problemas que a Humanidade enfrenta. Cada pessoa produz, em média, anualmente, cerca de 300 quilos de resíduos. Obviamente que esta situação não é igual para todos os países. Esta posição tem a sua génese no consumo desmedido das famílias, mais focada para os países desenvolvidos, e Portugal não foge à regra. Observe estes dados: Papel demora 3 a 6 meses a ser decomposto; Filtro do Cigarro e Pastilha Elástica demoram 5 anos a se decompor; Nylon cerca de 30 anos; Plástico e Metal mais de 100 anos; Borracha possui um tempo indeterminado de decomposição e o Vidro cerca de 1 milhão de anos. Mas, afinal o que é isto dos resíduos. Pois bem, resíduos constituem aquilo a que normalmente chamamos de “lixo”, ou seja, matérias sólidos, supérfluos e/ou perigosos, gerados pela actividade humana e que devem ser descartados ou eliminados.

Existem diversas categorias para abarcar diferentes tipos de resíduos: resíduos urbanos, resíduos hospitalares, resíduos perigosos, resíduos orgânicos, de inertes, domésticos, agrícolas e relacionados com os meios de transporte.

Na realidade não há forma de não se produzir resíduos, mas obviamente que esta questão poderá ter contornos mais suaves. A estratégia é tentar reduzir ao máximo o desperdício, tentar reutilizar ao máximo o que temos em casa e separar de uma forma eficiente os materiais recicláveis. Os ecopontos são uma excelente opção para se ter em casa, no jardim e no trabalho. A alternativa é reciclar o máximo que pudermos.

Praticamente todo o material que colocamos no “lixo” pode ser reciclado e reutilizado em diferentes situações. Este material pode ser recuperado e utilizado para produção de um novo produto, ou simplesmente pode ser reutilizado para fazer objectos decorativos para as nossas casas. É só preciso colocar a cabeça a funcionar e recriar objectos que vão valorizar o lar e, claro, diminuir os gastos e o desperdício.

A grande questão que todos nós colocamos é, de quando pensamos em lixo, pensar-se de que serve separar o lixo em casa se depois ele é transportado pelo mesmo meio de transporte? Realmente é uma situação lamentável e que se tenta travar a todo o custo. No nosso concelho ainda não existe uma recolha selectiva de resíduos. Mas porque ainda não existe? Não chega haver apenas força de vontade é preciso investimento aplicado ao nosso meio rural. Há que ter em consideração quatro factores fundamentais: a quantidade de resíduos que se produz no concelho, a qualidade desses produtos e tipos de produtos; a frequência com que são descarregados; e, por fim, a forma de pagamento comparticipada pelos cidadãos. Toda esta burocracia pode levar a uma perda de interesse tanto dos responsáveis pelo poder local, como pelos próprios investidores e população em geral.

Uma das grandes questões prende-se com a falta de educação e de comodismo das pessoas, que não sabem e não querem aprender. Por exemplo, se a acção de reciclar não for feita porta a porta, não nos parece que vá resultar. É necessário que a população aprenda e perceba que este problema tem de ser combatido o mais rapidamente possível. Contudo, para ajudar a tornar a população mais sensível para estas práticas ambientais, o grupo Eco-Escola vai promover uma acção de sensibilização nas escolas primárias da freguesia de Povoação, pois é em pequeno que se deve aprender a tomar conta do nosso património natural. Esta acção decorrerá no mês de Março e destina-se a celebrar o dia Eco-Escola.

Nunca se esqueça, sempre que puder recicle, reutilize e reduza. O futuro da Humanidade depende de nós!

PROTEGER O QUE É NOSSO













No passado dia 16 de Fevereiro o grupo Eco-Escolas deslocou-se ao Viveiro da SPEA localizado na freguesia e concelho de Povoação, com a finalidade de conhecer a biodiversidade vegetal existente na ilha de S. Miguel.

Durante toda a acção, que teve a duração aproximada de 2 horas, o grupo Eco-Escola visitou o viveiro e esteve atento às explicações dadas pelo guia sobre as germinações das plantas endémicas, sobre os projectos SPEA e Priôlo. Depois o grupo seguiu para a estufa. Deram a conhecer os trabalhos que são efectuados antes das plantas serem colocadas na estufa e os problemas associados à mesma. Depois foram explicadas as germinações e repicagens e, depois, seguimos para a parte exterior da estufa e para a zona de adaptação das plantas ao exterior. Foram plantadas algumas espécies endémicas, como a urze, uva da serra, sanguinho, folhado e pau branco em toda a zona envolvente.

Este tipo de acções promove a sensibilização para práticas ambientais mais sustentáveis e amigas do ambiente. A necessidade de se preservar o que é nosso e o que marca a diferença no nosso País, é o que move gerações. O grupo Eco-Escola orgulha-se de poder conhecer e de preservar estas espécies provenientes da floresta Laurissilva.

Assim, para que possamos estar ainda mais próximos destas espécies endémicas, nas próximas semanas, a SPEA e o Grupo Eco-Escola irá desenvolver uma acção de sensibilização na Escola através da colocação de plantas endémicas nos jardins da escola e a sua respectiva designação, assim como as restantes plantas existentes no jardim. Esta acção visa não só preservar aquilo que é único no mundo como, também, incutir em todo o grupo escolar a necessidade que há em proteger e salvaguardar o nosso património natural.

Acção de Limpeza de Resíduos nos Jardins da Escola






Para que a Escola seja um local de bem-estar com a Natureza, é necessário proceder a algumas acções de sensibilização, nomeadamente no campo da limpeza de resíduos. Os alunos pertencentes ao projecto Eco-Escola decidiram limpar toda a área dos jardins de modo a sensibilizar toda a massa escolar.

Foram encontrados inúmeros resíduos, desde filtros de cigarros a restos de plásticos. Ao início não estava visível o grau de “sujidade” do local, pois a maioria dos resíduos já se encontravam em estado de decomposição. Importa referir que, por exemplo, um filtro do cigarro demora cerca de cinco anos a se decompor e o plástico cerca de 100 anos.

É extremamente necessário e urgente proceder à colocação de cinzeiros, caixotes de lixo e respectivos eco-pontos no pátio da Escola e proceder a uma acção de sensibilização aos formandos e formadores para as consequências desta prática "inconsciente". É necessário que compreendam que para proteger as futuras gerações, o ambiente e os recursos naturais, é necessário proceder a práticas ecológicas sustentáveis assente nos princípios do desenvolvimento sustentável.

O FUTURO PASSA PELA AGRICULTURA BIOLÓGICA





Mas afinal o que é a agricultura biológica? Este tipo de agricultura assenta nos princípios da qualidade ambiental, protegendo os recursos naturais e facilitando o equilíbrio nutritivo. Ou seja, a agricultura biológica não utiliza químicos e fertilizantes que não sejam naturais, promovendo assim uma não contaminação dos solos e dos lençóis de água, deixando o solo no seu estado mais rico e fértil. Esta agricultura estimula o equilíbrio e biodiversidade, através da rotação de culturas, adubos ecológicos, combate de pragas e doenças de modo biológico. Assiste-se, assim, a uma interacção equilibrada entre solo/espécies vegetais/produção animal/Homem. O objectivo principal deste tipo de agricultura é produzir algo que seja benéfico tanto para o ser humano como para o meio ambiente, não gerando qualquer tipo de poluição.

Contudo, esta prática sustentável tem vantagens e desvantagens. Como vantagens temos: Ausência de pesticidas e fertilizantes químicos; Promove a biodiversidade; Promove o emprego, pois este tipo de agricultura necessita de alguma mão-de-obra; Diminuição das contaminações de águas subterrâneas e dos solos pelo uso de químicos; Melhoria da qualidade do ar, da água e do solo; Alimentos mais ricos e nutritivos. Como desvantagens temos: aparência do produto pode não ser a mais chamativa (brilho, tamanho, entre outros), apesar do enorme valor nutritivo; A durabilidade da conservação do produto, também, é mais reduzido; Custos de produção mais caros, logo os produtos também são mais caros.

Apesar de todas estas desvantagens, a verdade é que se tem assistido a um aumento desta prática por toda a Região, desde 1997. As ilhas com maior peso nesta área são: Terceira, S. Jorge e S. Miguel, com cerca de 66,5ha em 2006. As pastagens, os frutos secos e a horticultura detêm o maior peso desta prática sustentável. Sem dúvida que os Açores possuem uma enorme potencialidade para este tipo de agricultura devido à qualidade do solo e as condições climatéricas amenas, com precipitação durante todo o ano. Existem inúmeras explorações em S. Miguel e um destes exemplos mais marcantes é a Quinta Estrela em Rabo de Peixe, com uma áreas de 1ha. A produção baseia-se essencialmente em produtos hortícolas e citrinos, ervas aromáticas e amendoim. Outro grande exemplo é a Quinta do Priôlo, com cerca de 25ha, em Ponta Delgada. Para além de produtos hortícolas, têm também plantas decorativas e animais. Esta quinta funciona como horta pedagógica e promove a educação ambiental para crianças e jovens.

A Escola Profissional Monsenhor João Maurício de Amaral Ferreira alia-se a esta prática ambiental, tendo em conta o seu projecto Eco-Escolas, e cria a primeira horta biológica que será “inaugurada” em Março deste ano. Esta horta biológica irá produzir diversos produtos hortícolas de um modo natural e sustentável, tendo em consideração os ciclos biológicos e a qualidade alimentar dos formandos da Escola. A Escola Profissional orgulha-se de inovar e de apostar naquilo que faz a diferença. O futuro começa agora!